Clima adverso reduz em 21,4 milhões de toneladas a safra de grãos
Números são da última projeção 2023/2024 da Conab
Em
sua última projeção da safra 2023/2024, de setembro, a Companhia Nacional de
Abastecimento (Conab) indica uma produção estimada em 298,41 milhões de
toneladas, uma redução de 21,4 milhões de toneladas em relação ao volume obtido
no ciclo anterior.
A diminuição, segundo a companhia, se deve, sobretudo, à demora na
regularização de chuvas no início da janela de plantio, aliada às baixas
precipitações durante parte do ciclo das lavouras nos estados do Centro-Oeste,
além de Maranhão, Tocantins, Piauí, Bahia, São Paulo e Paraná.
Outro
fator citado pela Conab, em nota, é o excesso de precipitação registrado no Rio
Grande do Sul, principalmente nas lavouras de primeira safra.
“Os
estados paulista e paranaense, além do Mato Grosso do Sul,
também apresentaram condições adversas durante o desenvolvimento das culturas
de segunda safra. Ainda assim, esta é a segunda maior safra a ser colhida na
série histórica”, explica a Conab.
A
área semeada está estimada em 79,82 milhões de hectares, um acréscimo de 1,6%
ou 1,27 milhão de hectares sobre 2022/2023. Já a produtividade média das
lavouras registra redução de 8,2%, saindo de 4.072 quilos por hectare na
temporada passada para 3.739 quilos por hectare.
Soja
Dentre
as culturas afetadas pelo clima adverso, a Conab destaca a soja, cujo volume
total colhido na safra 2023/2024 é estimado em 147,38 milhões de toneladas, uma
redução de 7,23 milhões de toneladas em relação ao período 2022/2023.
No
Rio Grande do Sul, o excesso de chuva também prejudicou a produção da
oleaginosa.
Milho
Outro
produto que, segundo a Conab, também sofreu consequências do clima ao longo do
desenvolvimento do cultivo foi o milho. Na primeira safra, as altas
temperaturas e chuvas irregulares impactaram importantes regiões produtoras,
como Minas Gerais.
“No
segundo ciclo do cereal, o clima foi mais favorável em Mato Grosso e Goiás, por
exemplo. Mas em Mato Grosso do Sul, em São Paulo e no Paraná, veranicos
ocorridos em março e abril, aliados a altas temperaturas e ataques de pragas,
comprometeram o potencial produtivo.”
Além
do menor desempenho, a companhia identificou redução na área destinada ao
cultivo do grão. “Nesse cenário de menor área e produtividade, a colheita total
de milho está estimada em 115,72 milhões de toneladas nesta safra, queda de
12,3% do produzido em 2022/2023”.
Algodão
A
Conab apontou ligeira queda de 1,5% na produtividade do algodão, estimada em
4.561 quilos por hectare de algodão em caroço. A área destinada para a cultura,
entretanto, registrou “aumento expressivo” de 16,9%, o que reflete em uma
elevação na produção de 15,1%.
Apenas
para a pluma, a companhia estima uma colheita de 3,65 milhões de toneladas,
“novo recorde para a série histórica”.
Arroz
e feijão
O
volume colhido para arroz e feijão também é maior nesta safra quando comparado
à temporada passada. No ciclo 2023/2024, a produção estimada em 10,59 milhões
de toneladas de arroz representa um crescimento de 5,5%.
“Essa
elevação é influenciada, principalmente, pela maior área cultivada no país, uma
vez que a produtividade média das lavouras foi prejudicada, reflexo das
adversidades climáticas, com instabilidade durante o ciclo produtivo da
cultura, em especial no Rio Grande do Sul, maior estado produtor do grão.”
No
caso do feijão, a safra total estimada é de 3,25 milhões de toneladas, 7%
superior à produção de 2022/23. O bom resultado é influenciado, principalmente,
pelo desempenho registrado na segunda safra da leguminosa, onde foi registrado
um acréscimo de 18,5% na produção, chegando a 1,5 milhão de toneladas”.
Edição:
Fernando Fraga
Fonte: Paula
Laboissière – Repórter da Agência Brasil - Brasília
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