Setor Florestal de Mato Grosso busca em Brasília apoio às exportações
A inclusão das espécies ipê e cumaru na lista de controle da Cites traz novas exigências, a partir de 25 de novembro de 2024, para o processo de exportação
Representantes
do setor florestal de Mato Grosso participaram de reuniões na sede do Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama),
Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e Confederação Nacional da
Indústria (CNI), em Brasília, com o objetivo de encontrar soluções para
destravar as exportações de madeira. Também foram discutidos os impactos da
Convenção sobre Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens
em Perigo de Extinção (Cites). A inclusão das espécies ipê e cumaru na lista de
controle da Cites traz novas exigências, a partir de 25 de novembro de 2024,
para o processo de exportação.
O
encontro contou com a presença dos presidentes da Federação das Indústrias de
Mato Grosso (Fiemt), Silvio Rangel, do Centro das Indústrias Produtoras e
Exportadoras de Madeira de Mato Grosso (Cipem), Ednei Blausius e do Fórum
Nacional de Base Florestal (FNBF), Frank Rogieri. Durante reunião com a
diretora de Uso Sustentável da Biodiversidade e Florestas do Ibama, Lívia
Karina Passos Martins e com o coordenador-geral de Gestão e Monitoramento do
Uso da Flora do Ibama, Allan Valezi Jordani, os representantes do setor
florestal expuseram suas dúvidas em relação às novas regulamentações e
reforçaram o compromisso de conciliar produção com preservação ambiental. A
diretora de Uso Sustentável da Biodiversidade e Florestas do Ibama reiterou,
por sua vez, que o órgão ambiental federal está comprometido com a
implementação das diretrizes da Cites de maneira eficiente, sem prejudicar os
setores produtivos.
“Também
levamos ao ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, os principais
entraves enfrentados pelo setor florestal, com o objetivo de destravar essa
atividade econômica”, disse o presidente da Fiemt, destacando a importância da
atuação conjunta e integrada entre a Federação e os sindicatos patronais da
cadeia produtiva florestal em busca de soluções eficazes, especialmente na
esfera das políticas públicas. “Estamos criando um ambiente propício para
ampliar o mercado de exportação e esse é um esforço que realizamos diariamente
para contribuir com o crescimento e desenvolvimento do setor”, afirmou Rangel.
Com
a entrada das espécies arbóreas ipê e cumaru na regulação da Cites surgiram
novas exigências e procedimentos para a exportação dessas madeiras. Os
representantes do setor florestal destacaram o impacto dessas novas
regulamentações na viabilidade econômica das operações de exportação. A
discussão também abordou as exigências estabelecidas pela Nota Informativa nº
20615406/2024-Comex/CGRec/DBFlo, que esclarece os processos autorizativos de
exportação para as espécies ipê e cumaru. Outro ponto central da reunião foi a
elaboração do Parecer de Extração Não Prejudicial dos gêneros arbóreos Cedrela
spp., Handroanthus spp., que inclui ipê, e Tabebuia spp. e Dipteryx spp., que
inclui cumaru.
O
presidente do Cipem ressaltou a importância do diálogo entre o governo e o
setor florestal, com a participação da Fiemt, Cipem e FNBF. “Essa união
fortalece tanto a conservação das espécies da flora quanto a continuidade das
atividades econômicas de produção madeireira”. Blasius também destacou as
tratativas com o presidente da CNI, Antônio Ricardo Alvarez Alban. “Levamos as
demandas do nosso setor, como as dificuldades na exportação causadas pela
inoperância nos portos marítimos, entre outros entraves logísticos, visando
fortalecer o setor florestal de Mato Grosso”, resumiu.
Durante
a reunião com a diretoria do Ibama ficou definido que o órgão ambiental federal
encaminhará uma nota ao Ministério das Relações Exteriores (MRE), detalhando
prazos e dados para emissão de Cites, que serão compartilhados com todos os
países, explicou o vice-presidente do FNBF, Rafael Mason. O presidente da FNBF
reforçou que a madeira extraída antes do dia 25 de novembro receberá o
certificado pré-Cites, enquanto a madeira extraída após essa data terá o
certificado Cites. “Antes do dia 25, não há necessidade de certificado, apenas
o LPCO (Licenciamento de Importação) e o Ibama emitirá uma nota para que os
países compradores fiquem cientes sobre as regras brasileiras”, concluiu.
Fonte:
FIEMT
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