Associações do setor aéreo dizem que precisam de no mínimo 180 dias para adaptação

Em nota publicada nesta terça-feira (24), entidades destacam impactos na operação e logística, caso medida seja adotada imediatamente. 'Compromete a conectividade do país', diz texto


Associações do setor aéreo publicaram uma nota, nesta terça-feira (24), informando que a categoria precisa de no mínimo 180 dias para adaptação ao horário do verão, caso o governo federal aprove o retorno da medida, que está suspensa desde 2019. O assuntou voltou a ser discutido em meio à seca recorde que assola o país e à proximidade dos meses mais quentes do ano (saiba mais abaixo).

No texto, divulgado no site da Associação das Empresas Aéreas (Abear), as entidades destacam os "impactos na operação e logística do transporte aéreo caso medida seja adotada imediatamente".

 "[As associações] vêm a público expressar grande preocupação com a possibilidade de restabelecimento do horário de verão pelo Governo Federal de forma tempestiva e sem prazo suficiente que considere as questões operacionais e logísticas do transporte aéreo, o que pode ter impactos substanciais para os passageiros e comprometer a conectividade do país", diz a nota.

O g1 entrou em contato com o Ministério de Minas e Energia, no entanto, não houve retorno até a publicação desta reportagem.

Para as associações, "a entrada súbita do horário de verão" causará, por parte das empresas aéreas brasileiras, alterações de horários em cidades brasileiras e internacionais que não aderem à nova hora legal de Brasília. Entres os impactos está a mudança de saída e chegada dos voos.

Além disso, as associações dizer que a mudança pode impactar:

Reprogramação de voos
Acomodação de última hora
Alterações de planos de viagem dos passageiros.
Escala de tripulantes
Disponibilidade de slots
Capacidade dos aeroportos, "principalmente aqueles com restrições e escassez na alocação de novos horários".

"O conhecimento prévio e com ampla antecedência das datas de início e término do horário de verão é fundamental para o planejamento de mais de 40 empresas aéreas, nacionais e internacionais, que operam no Brasil. Nesse sentido, as empresas aéreas precisam de um prazo mínimo de 180 dias entre o decreto de estabelecimento do horário de verão e o efetivo início da mudança do horário", diz a nota.

Volta do horário de verão em discussão⏱️

O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) recomendou o retorno do horário de verão em 2024. Se adotado, o adiantamento dos relógios em 1h (que é o que determina o horário de verão) aconteceria depois do 2º turno das eleições municipais.

☀️A estratégia é encarada pelo governo como uma forma de deslocar o pico de consumo para um horário com mais geração solar, reduzindo a necessidade de acionar usinas termelétricas — caras e que poluem mais — para atender à demanda.

"Foi recomendado pelo ONS e aprovado pelo CMSE um indicativo de que é prudente, que é viável e que seria um instrumento apontado como importante a volta [do horário de verão]", anunciou o ministro Alexandre Silveira, em entrevista coletiva no dia 19 de setembro.

Contudo, Silveira disse que ainda não está convencido da necessidade do horário de verão, apesar da recomendação do comitê. O ministro disse que há "tranquilidade de que não faltará energia" e que pretende analisar outras medidas antes, como adiantamento de linhas de transmissão e mudanças na operação da usina de Belo Monte.

A decisão final caberá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Fonte: G1


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