Dólar sobe e bate R$ 5,62, após novas falas de Lula sobre o BC; Ibovespa avança
Em junho, o dólar já havia subido 6,46% e, no acumulado do ano, 15,14%
O
dólar voltou a operar em alta nesta segunda-feira (1º), conforme investidores
repercutem novas falas do presidente Luiz Inácio Lula
da Silva (PT) e continuam a monitorar o quadro fiscal do país.
Por
aqui, as falas de Lula sobre a política monetária brasileira seguem fazendo
preço nos mercados. Após ter criticado o Banco Central do
Brasil (BC) na última semana, o presidente voltou a tecer
comentários, afirmando que o próximo presidente da instituição olhará para o
Brasil "do jeito que ele é, e não do jeito que o sistema financeiro
fala".
Além
disso, novos dados econômicos dos Estados Unidos também
ficam no radar.
O Ibovespa, principal índice
acionário da bolsa de valores brasileira, também operava em alta.
Veja
abaixo o resumo dos mercados.
Dólar
Às
15h06, o dólar operava em alta de 0,57%, cotado em R$ 5,6204. Nas
máximas do dia, chegou aos R$ 5,6214. Veja mais cotações.
Na
última sexta-feira, o dólar teve alta de 1,46%, cotado a R$ 5,5884.
Com
o resultado, acumulou:
- avanço de 2,71% na semana;
- ganho de 6,46% no mês;
- alta de 15,17% no ano.
Ibovespa
No
mesmo horário, o Ibovespa subia 0,77%, aos 124.861 pontos.
Na
última sexta-feira, o Ibovespa teve queda de 0,32%, aos 123.907 pontos.
Com
o resultado, acumulou:
- alta de 2,11% na semana;
- ganhos de 1,48% no mês;
- perdas de 7,66% no ano.
O que está
mexendo com os mercados?
Sem
grandes destaques na agenda, novas críticas do presidente Lula à condução de
política monetária do Banco Central voltaram a fazer preço nos mercados nesta
segunda-feira (1º).
Segundo
Lula, o próximo presidente do BC deve olhar para o Brasil "do jeito que
ele é e não do jeito que o sistema financeiro fala".
"Eu
estou há dois anos com o presidente do Banco Central do [ex-presidente Jair]
Bolsonaro, não é correto isso", afirmou o presidente nesta segunda-feira,
ponderando que a autonomia do BC foi aprovada pelo Congresso e será respeitada.
"Eu
tenho que, com muita paciência, esperar a hora de indicar o outro candidato, e
ver se a gente consegue... ter um presidente do Banco Central que olhe o país
do jeito que ele é, e não do jeito que o sistema financeiro fala",
acrescentou, destacando que "quem quer BC autônomo é o mercado".
Lula
ainda disse que preza pela responsabilidade fiscal e que inflação baixa é sua
obsessão, usando como exemplo a decisão do governo de manter a meta para a
evolução dos preços em 3%.
As
falas recentes do presidente se juntam às críticas feitas por ele à instituição
na semana passada. Lula disse que "a taxa de
juros de 10,5% é irreal para uma inflação de 4%", reiterando
que a Selic deve melhorar quando ele indicar o substituto de Roberto Campos
Neto, atual presidente do BC. O mandato de Campos Neto termina no final deste
ano.
Além
disso, o mercado segue atento ao cenário fiscal do país, principalmente após o
resultado consolidado do setor público ter revelado um déficit superior às
projeções do mercado, na semana passada.
Na
agenda, o principal destaque fica com o novo Boletim Focus, relatório que reúne
projeções para os principais indicadores econômicos.
Segundo
o documento, os analistas do mercado financeiro voltaram a elevar
as estimativas para a inflação deste ano pela oitava semana consecutiva,
de 3,98% para 4%.
O início das
reservas das ações de privatização da Sabesp também ficam na
mira dos investidores.
Já
no exterior, as atenções se voltam para a atividade econômica dos Estados
Unidos. Segundo dados do Departamento do Comércio norte-americano, os gastos
com construção caíram inesperadamente em maio, uma vez que as taxas de hipoteca
mais altas pesaram sobre a construção de residências unifamiliares. O indicador
teve queda de 0,1%, após alta de 0,3% em abril.
Além
disso, informações do Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM, na sigla em
inglês), indicaram que o setor manufatureiro dos EUA se contraiu pelo terceiro
mês seguido em junho, de 48,7 para 48,5. Uma leitura acima de 50 indica
crescimento no setor manufatureiro.
Fonte: G1
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