Driblando o tempo: a arte de esvaziar a cabeça
Como você tem gastado o seu tempo?
O
tempo tem se tornado, a cada dia que passa, um dos mais preciosos recursos das
nossas vidas. Quase não temos tempo para nada, já repararam? Muitas vezes,
chegamos tão cansados em casa, alimentamo-nos no automático, nem ao menos
conversamos com quem está ao nosso lado e já nos preparamos para um novo dia,
tudo de novo, cheio de agendas e compromissos! A gente não tem mais tempo para
nada!
Aí
fica aquele questionamento: o tempo que mudou, nós que estamos mais acelerados,
ou antes não percebíamos a mudança do tempo em si? E de fato, sim, estamos
vivendo o tempo de forma mais acelerada. Gosto muito de me referir à pesquisa
de Schumann para exemplificar esse contexto.
Schumann
demonstrou que a Terra é cercada por um imenso campo eletromagnético pulsante,
que funciona como se fosse o coração do planeta. Essa frequência de ressonância
de 7,83 Hz, medida desde 1952, vem alterando significativamente desde 2014,
quando o Observatório Russo do Sistema Espacial (Russian Space Observatory
System) exibiu um aumento repentino de até 16,5 Hz. Recentemente, inclusive, a
frequência chegou a mais de 30 Hz.
E
é aí que vivenciamos essa aceleração cotidiana. Essa vibração do planeta é o
que nos mantém seguros das interferências e velocidades de todo o movimento do
universo. Esse anel energético, essa aura ao redor da Terra, nos mantém numa
vibração segura. No entanto, essa alteração no sistema energético tem
modificado profundamente a vida no planeta, e isso inclui o tempo.
Não
há uma resposta científica, ainda, que explique o porquê de a frequência da
Terra estar aumentando, mas as consequências podem ser sentidas na velocidade
das coisas, como o descongelamento acelerado das geleiras, as estações
descompensadas e até os ciclos das chuvas que não obedecem mais a nenhum
cenário meteorológico. Enfim, nós temos hoje 24 horas, que não são mais iguais
às 24 horas de antes.
Eu
vejo isso no terreno biológico e orgânico. As pessoas estão envelhecendo mais
rápido, àquelas que não têm condições de comprar as melhores e mais
tecnológicas dietas ou mesmo fazer procedimentos estéticos, estão sim
envelhecendo rápido! Estamos em um ritmo tão acelerado que temos visto jovens
sofrendo AVCs e outras doenças cardíacas.
Então,
o que podemos fazer em relação a esse ritmo? Acho que, primeiramente, temos que
ter consciência que se nós continuarmos nessa velocidade, não vamos resistir!
Estamos tão envoltos de informação, imersão, atualização, de uma forma tão
frenética e assustadora, com um lançamento todo dia, uma novidade a cada minuto
e, onde a gente vai guardar tudo isso? Precisamos mesmo guardar?
Este
desespero para saber de tudo e ficar antenado com tudo tem enchido a cabeça das
pessoas a um nível que ser humano nenhum dá conta, ficamos perdidos,
perambulando, sentindo que estamos para trás, defasados, fora do mundo. Na
verdade, precisamos é esvaziar a cabeça, precisamos de ócio produtivo,
precisamos dar importância às pausas para que as respostas passem pelas
sinapses e possam ter um canal para chegar.
Tal
como existem adeptos a outros estilos de vida, é necessário adotarmos uma
atitude mental diferente, mais pausada. Por exemplo, eu entendo que o burnout
dentro da empresa se deve ao fato de que além de trabalhar na empresa, você
vive a empresa, mas existe todo um processo de vida que está fora do seu
ambiente de trabalho. E podemos analisar se estamos tendo espaço ao que
realmente importa nesta vida.
As
pessoas têm acumulado tantas coisas, uma luta incessante para ter sucesso, para
ser rentável, para ser “útil” com o objetivo de alcançar uma qualidade de vida.
Isso está equivocado, não é a renda maior que vai dar a qualidade de vida, mas
sim a simplificação do que é viver.
Do
jeito que estamos andando a cabeça não tem pausa, o fígado e o estômago não têm
pausa, enfim, estamos afoitos até na hora de falar, parece que estamos falando
sem parar, desesperadamente, como se não houvesse mais tempo. A cabeça não está
parando no mesmo lugar, ela está ali pensando em centenas de coisas ao mesmo
tempo, no que será feito depois do depois. O organismo inteiro descompensa, daí
parece que estamos sofrendo um ataque cardíaco.
Aí
eu pergunto, que tipo de vida é essa? A gente fala de prisão para quem não tem
liberdade, mas que liberdade é essa que estamos criando? Estamos alimentando
uma prisão de hábito cotidiano que não é preciso e temos que ter noção que
estamos caminhando para o adoecimento.
Tendo
consciência disso, eu tenho que olhar para dentro e observar o que eu posso
simplificar, o que eu devo valorizar, em que devo “perder” meu tempo. Temos que
buscar o estado flow, que é estar presente no presente, que é ouvir a
respiração, olhar para o céu, sentar e conversar com alguém, amar. O tempo tem
passado acelerado, mas cabe a nós gastá-lo com o que realmente vale a pena
viver.
Escrito
por Sonia Mazetto - Gestora de Potencial Humano, Terapeuta Integrativa,
Fonoaudióloga e Palestrante
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