Empresas podem economizar mais de R$ 200 mil com gestão do índice de acidentes de trabalho
Especialista aponta que é preciso recorrer a contestação administrativa em casos de acidentes atribuídos de forma incorreta a funcionários, além de garantir a prevenção e segurança na organização
Gestores podem otimizar a folha de pagamentos e
garantir a saúde financeira da empresa por meio da administração efetiva do
Fator Acidentário de Prevenção (FAP). Trata-se de um índice, que varia de 0,5 a
2, que influencia a alíquota do Risco Ambiental do Trabalho (RAT) de 1%, 2% ou
3%, dependendo da atividade econômica da empresa.
Uma organização com 300 empregados que recebem até R$
3 mil pode ter economia de mais de R$ 200 mil, apontam especialistas. Quando o
funcionário se acidenta ou sofre com alguma doença causada pelo trabalho e é
afastado de suas atividades por período superior a 15 dias, o INSS pode
conceder o benefício acidentário, o que pode elevar o índice do FAP e,
consequentemente, afetar a contribuição previdenciária a ser paga.
O FAP tem como objetivo premiar as empresas que
priorizam a segurança e saúde dos colaboradores, tendo em vista que seu índice
é multiplicado pela alíquota do RAT, ou seja, quanto menos acidentes ocorrem na
organização, menor será o fator e o pagamento de impostos. Para o especialista
em direito previdenciário, Thiago Napoli, sócio no Balera, Berbel & Mitne
Advogados, o empresário precisa estar atento.
“Uma gestão proativa do
FAP não só estimula uma cultura preventiva em saúde e segurança do trabalho,
mas também possibilita significativas economias nos custos relacionados ao RAT.
Aqui, enfatizamos um aspecto crucial muitas vezes subestimado: a importância de
questionar administrativamente a concessão de benefícios acidentários
caracterizados indevidamente pelo INSS”.
Há casos em que os acidentes são atribuídos de forma incorreta aos
funcionários. Isso influencia na pontuação do FAP e gera aumento de alíquotas.
Para não pesar no bolso indevidamente, o advogado ressalta que é necessário
recorrer à contestação administrativa, além de implementar práticas de
prevenção e segurança.
Para ilustrar o impacto financeiro da gestão do FAP
na folha de pagamentos, o advogado sugere uma simulação. Em uma empresa com 300
empregados, na qual o salário médio por empregado é R$ 3.000,00 e a alíquota do
RAT é de 3%, o valor total economizado pode ser de R$ 226.800,00 anualmente na
folha de pagamentos.
“A gestão eficiente do FAP resulta em uma redução
pela metade da alíquota efetiva do RAT, de 3% para 1,5%, pode proporcionar uma
economia anual significativa de R$ 226.800,00 na folha de pagamentos. Tais
recursos podem ser reinvestidos em outras áreas vitais para o negócio,
enfatizando a importância de uma gestão atenta e estratégica do FAP”, conclui
Napoli.
Fonte: Maria Eduarda Paloco
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