Juros do cartão de crédito voltam a subir e atingem maior patamar do ano, diz Banco Central
Taxa do cheque especial, segunda linha de crédito mais cara disponível no mercado, desacelerou e chegou a 127,8% ao ano
A taxa média de juros do
rotativo do cartão de crédito voltou a subir e chegou a 432,3%
ao ano em julho, o maior patamar do ano. O indicador teve alta de 3,6 pontos
percentuais em relação a junho, quando o indicador era de 428,7% ao ano. A
informação consta das Estatísticas
Monetárias e de Crédito, divulgadas nesta quinta-feira (29) pelo
Banco Central.
Na
prática, isso significa que qualquer dívida no cartão de crédito feita há um
ano cresce cinco vezes se o consumidor não pagar a fatura no dia do vencimento.
Por
exemplo, o consumidor que devia R$ 800 em janeiro do ano passado precisa
desembolsar um adicional de R$ 3.458,40 para quitar o saldo devedor com a
instituição financeira após um ano, totalizando uma dívida de R$ 4.258,40.
Em
dezembro do ano passado, o CMN (Conselho Monetário Nacional) determinou um
limite de 100% para as taxas de
juros do rotativo após o Congresso Nacional aprovar uma lei com
essa regra.
A
decisão entrou em vigor este ano e vale para as dívidas contraídas a partir de
janeiro. Sendo assim, com a nova norma, se a dívida for de R$ 200, por exemplo,
o valor total, com a cobrança de juros e encargos, não poderá exceder R$ 400.
As
taxas de juro apresentadas pelo BC podem sugerir, portanto, que os bancos
estejam descumprindo a lei, mas o que acontece é apenas um registro
estatístico. Para chegar às taxas anuais, a autoridade monetária extrapola o
juro cobrado ao mês pela instituição financeira para o ano.
Essa
taxa, porém, nem sempre é efetivada porque, geralmente, são apenas por alguns
dias ou semanas que o consumidor fica “pendurado” no cartão, que costuma ter as
taxas mais elevadas.
O
chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha,
explicou que a instituição não pretende descontinuar essa série histórica
porque ela ainda serve como referência para mostrar a velocidade de aumento ou
redução dos juros e também porque é um dos componentes para se chegar à taxa
cobrada pelo sistema como um todo.
Cheque
especial
O
cheque especial, segunda linha de crédito mais cara disponível no mercado, que
está embutida na conta-corrente dos brasileiros, desacelerou em julho. Os juros
médios chegaram a 127,8% ao ano, 3,5 pontos percentuais a menos do que o
registrado em junho.
No
cheque especial, uma dívida de R$ 800 mantida por um ano sem pagamento salta
para R$ 1.822,40.
Crédito
consignado
Para
driblar os índices das modalidades com as maiores taxas de juros do mercado, os
consumidores podem aderir ao empréstimo consignado, que oferece desconto direto
na folha de pagamento. A taxa da linha de crédito se manteve no mesmo patamar
pelo terceiro mês consecutivo (23,2% ao ano).
Dentro
do consignado, as taxas variam entre os grupos de profissionais, com a menor
delas cobrada aos beneficiários do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social),
21,4% ao ano. Para os servidores públicos e trabalhadores do setor privado, as
cobranças figuram em, respectivamente, 22,9% e 38,6% ao ano.
Fonte: R7
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