Lula sanciona hoje ‘combustível do futuro’, que muda mistura do etanol na gasolina
Proposta amplia cotas mínimas de biocombustíveis em gasolina e óleo diesel e traz meta para inclusão do biometano como parcela obrigatória no gás natural
O
presidente Lula sanciona nesta terça-feira, em ato solene na Base Aérea de
Brasília, o projeto que cria programas nacionais para aviação e biometano,
batizado de “combustível do futuro”. A proposta também altera os percentuais
mínimos e máximos de mistura de etanol na gasolina e de biodiesel no óleo e
estabelece o incentivo ao diesel verde e ao combustível sustentável.
Segundo
o Ministério de Minas e Energia, o programa irá destravar investimentos que
somam R$ 260 bilhões em diversas áreas e ações, que vão evitar a emissão de 705
milhões de toneladas de CO2 até 2037.
A
sanção do projeto, sem vetos, segundo técnicos do governo, ocorrerá durante a
feira Liderança Verde Brasil Expo, com demonstração das principais tecnologias
de descarbonização em atividade no país.
— Os
avanços que teremos em razão dessa lei são inéditos — destacou o ministro de
Minas e Energia, Alexandre Silveira.
Um
dos benefícios do projeto é o estímulo industrial à produção de combustíveis
sustentáveis, como o diesel verde, produzido a partir de gorduras de origem
vegetal e animal, cana-de-açúcar, etanol e biomassas. Esses novos combustíveis
vão contribuir para a redução das emissões de carbono provenientes, sobretudo,
de veículos pesados.
Também
estão na lista o incentivo ao biometano, uma alternativa ao gás natural,
utilizado no transporte de passageiros e de cargas; e o Combustível Sustentável
de Aviação (SAF, na sigla em inglês), obtido a partir de matérias-primas
renováveis, a ser utilizado pelo setor de aviação.
Misturas
Pelo projeto, o percentual de mistura de etanol na gasolina deve ser de 27%,
mas o Poder Executivo poderá reduzir para até 22% ou aumentar para até 35%.
Atualmente, a mistura pode chegar a 27,5%, com um mínimo de 18% de etanol.
Sobre
a mistura do biodiesel no diesel, estabelecida em 14% desde março deste ano
pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), o projeto estabelece que
poderá ser acrescentado um ponto percentual de mistura anualmente a partir de
março de 2025 até atingir 20% em março de 2030.
A
proposta ainda estabelece que o diesel verde poderá ter participação
volumétrica mínima obrigatória nos combustíveis, sob definição do Conselho
Nacional de Política Energética (CNPE), até 2037. O percentual, porém, não
poderá exceder o limite de 3% ao ano. O diesel verde é produzido a partir de
matérias-primas exclusivamente derivadas de biomassa renovável.
Estocagem
de carbono
O projeto estabelece regras para a autorização de estocagem geológica de
dióxido de carbono, processo de injeção do gás em reservatórios geológicos, por
meio de perfuração do solo.
Empresas
ou consórcios de empresas constituídas sob leis brasileiras, com sede e
administração no País, poderão pedir autorização à Agência Nacional do
Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Brasil (ANP) para a atividade. A
agência irá regular e fiscalizar a estocagem.
Na
exposição, os visitantes poderão conferir aeronaves das empresas aéreas, Azul,
Latam, Gol e automóveis das montadoras, Mercedes-Benz, Toyota, Volvo, Renault e
Volkswagen. Ao todo, serão 66 veículos, incluindo caminhões, tratores, ônibus e
veículos de passeio.
Fonte:
O globo
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