Mato Grosso é o segundo maior produtor de madeira em tora extrativa

A pesquisa foi divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE


O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE divulgou os resultados da pesquisa Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura – PEVS 2023, contemplando informações referentes à quantidade e ao valor da produção decorrentes dos processos de exploração de florestas plantadas para fins comerciais (silvicultura), bem como da exploração dos recursos vegetais naturais (extrativismo vegetal).

extrativismo vegetal contempla 37 itens, com destaque para os produtos madeireiros, alimentícios, ceras e oleaginosos. Na silvicultura, são investigados sete produtos, incluindo carvão vegetal, lenha, madeira em tora e resina. Também são apresentadas informações sobre as áreas ocupadas pelos efetivos da silvicultura.

A PEVS constitui, dessa forma, a principal fonte de estatísticas sobre o acompanhamento sistemático da exploração dos recursos florestais em todo o Território Nacional. Os dados são obtidos pelo Agente de Coleta do IBGE, por meio da aplicação de um questionário em cada Município do País, que caracteriza a unidade de investigação da pesquisa.

RESULTADOS – O valor da produção na extração vegetal de Mato Grosso recuou de R$ 940,4 milhões, em 2022, para R$ 651,5 milhões, em 2023, aponta a Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (PEVS) 2023. Ainda assim, o estado continua sendo o segundo com o maior valor de produção extrativista, atrás do Pará, que teve R$ 2,6 bilhões em produção extrativista, e à frente do Paraná, com R$ 624,3 milhões.

O grupo dos produtos madeireiros, que apresentou a maior participação no valor da produção do extrativismo (97,7%), registrou um pequeno recuo de 0,4 p.p frente ao ano anterior (98,1%).

Em 2023, a extração de madeira em tora no estado registrou uma redução de 35,0% em seu valor da produção em comparação com o ano anterior. Mato Grosso, segundo maior produtor nacional, apresentou uma redução na produção de 49,4%, totalizando 2,1 milhões de metros cúbicos, o que representou 18,4% do total nacional.


Os Estados de Mato Grosso e do Pará responderam, juntos, por 62,6% da quantidade total extraída de madeira em tora, representando 79,1% do valor da produção desse produto. O Pará, que em 2022 voltou a ultrapassar Mato Grosso, permanece como o maior produtor de madeira em tora também em 2023, alcançando 5,0 milhões de metros cúbicos, com um aumento de 5,0% em sua extração

O município de Colniza, em Mato Grosso, ocupa a quarta posição no ranking nacional de produção de madeira em tora extrativa, com 425 mil metros cúbicos produzidos em 2023. O município paraense de Portel lidera o ranking, com uma produção de 802 mil metros cúbicos, seguido por Prainha (690 mil metros cúbicos) e Santarém (489 mil metros cúbicos), ambos também no Pará.


Entre os 20 maiores produtores de madeira em tora extrativa do Brasil, Mato Grosso conta com quatro cidades. Além de Colniza, a PEVS 2023 destaca Aripuanã, na sexta posição, com 310 mil metros cúbicos, Juara, na 13ª, com 150 mil metros cúbicos, e Juína, na 14ª, com 145 mil metros cúbicos.

Em 2023, a extração de carvão vegetal no estado sofreu uma retração de 17,0% em seu valor de produção em comparação com o ano anterior. O estado de Mato Grosso, que ocupa a sexta posição entre os maiores produtores do país, apresentou uma redução de 23,0%, alcançando uma produção de 8,8 mil toneladas, o que representou 2,3% do total nacional.

A produção de lenha também acompanhou essa tendência de queda. Em 2023, houve uma redução de 10,3% no valor de produção em relação a 2022. Mato Grosso, quarto maior produtor de lenha do Brasil, registrou uma queda de 15,5%, totalizando 1,9 milhões de metros cúbicos, correspondendo a 9,6% da produção nacional.

PRODUTOS EXTRATIVOS NÃO MADEIREIROS – Em 2023, a soma do valor da produção dos produtos extrativistas não madeireiros registrou redução de 17,3% em comparação com o ano anterior, totalizando R$ 15,1 milhões.

O grupo de produtos alimentícios, o maior entre os produtos não madeireiros da extração vegetal, apresentou redução do valor da produção (17,0%), totalizando R$ 13,8 milhões. A castanha-do-pará continuou registrando a maior participação, em termos de valor, nesse grupo (87,6%).

PRODUÇÃO DA SILVICULTURA – A silvicultura de Mato Grosso, em 2023, registrou um aumento significativo no valor nominal de sua produção, que alcançou R$ 757,6 milhões, representando um crescimento de 43,4% em relação ao ano anterior. Esse resultado reforça a tendência de expansão do setor, que já havia registrado um aumento de 86,6% em 2022 em comparação com 2021.

Em 2023, Mato Grosso conquistou a quarta posição no ranking estadual de produção de lenha, registrando um aumento expressivo de 74,5%. A produção atingiu 5,2 milhões de metros cúbicos, com um crescimento de 57,1% no valor gerado, que totalizou R$ 647,3 milhões em relação ao ano anterior.


Por outro lado, a produção de carvão vegetal apresentou uma redução de 23,3% em volume, totalizando 520 toneladas. No entanto, o valor econômico da produção disparou, com um aumento de 283,9%, passando de R$ 474 mil em 2022 para R$ 1,8 milhão em 2023.

Já a produção de madeira em tora sofreu uma retração de 15,1%, somando 269,7 mil metros cúbicos, e o valor gerado também recuou 6,4%, atingindo R$ 108,5 milhões.

Alto Araguaia se destaca como o principal produtor de lenha em Mato Grosso, liderando o ranking estadual com 880,2 mil metros cúbicos, o que gerou um valor de produção de R$ 202,4 milhões. Em segundo lugar, aparece Rondonópolis, com 586,2 mil metros cúbicos e um valor de R$ 67,4 milhões. Na terceira posição, está Campos de Júlio, com uma produção de 500 mil metros cúbicos e um valor gerado de R$ 45 milhões.

Fonte: MT Econômico

Foto: Fiemt/Cipem


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